Concentre-se em torná-los  não-descartáveis.
Publishing Perspectives - 01/07/2010 - Chris  Rechsteiner
Algumas decisões são realmente fáceis. A decisão de  twitar, por exemplo, é fácil. São somente 140 caracteres. Também é fácil postar  comentários em um site, escrever uma carta ao editor, ou desenvolver seu próprio  blog. Decisões criativas podem ser pesadas e decididas (sem repercussão) a  qualquer momento, de dia ou de noite. Por isso você vê uma proliferação de  conteúdos novos, curtos e digitais. 
Mas, como todos sabemos, escrever um blog ou twitter não  é um projeto viável comercialmente, especialmente em larga escala. A informação  é efêmera, não permanente. O que é permanente? A informação em livros, jornais e  revistas, mas apenas em parte.  O  real desafio é inventar uma maneira de criar e oferecer  “valor duradouro”. 
Aqui estão algumas idéias para início de  conversa:
Editoras
Editoras devem oferecer conteúdo digital que forneça  gratificação imediata e, mais importante, valor permanente para o leitor. O  problema hoje é que a aquisição de conteúdo digital é vista como temporária. É  algo que o leitor compra e consome e então apaga, arquiva ou esquece. Conteúdo  digital (livros, jornais e revistas) deve se tornar “doses” de informações para  que o leitor as acesse facilmente como parte das atividades diárias. O conteúdo  deve ser atraente e poder ser lançado no meio de uma conversa ou compartilhado a  qualquer momento. Conteúdo digital deve fazer parte das referências do leitor e  ser fonte de informação. 
Como um editor, você faz com que seus leitores estejam a  par do real valor do que você oferece? Você realmente oferece esses valores?  Estou realmente disposto a apostar que isso é negligenciado pelos editores que  procuram oferecer mais e mais conteúdo sem realmente engajar seu leitor de uma  maneira nova e significativa.
E conteúdo digital não precisa ser gratuito ou mesmo  barato. A busca agora é por autores e editores que criem, nas palavras de  Michael Bloomberg, “conteúdo que as pessoas queiram pagar por ele”. Se as  pessoas querem pagar por ele, por definição simples, seu valor foi reconhecido.  O leitor deve reconhecer o valor do conteúdo antes, durante e depois de tê-lo  comprado e consumido. O leitor pode escolher não fazer nada além de colocar o  valioso item em sua estante digital, mas ainda assim precisa ser um item de  valor reconhecido e disponível, não importa onde o leitor está. Enquanto essa  transição acontece, o dinheiro pago pelo conteúdo aumenta.  
Anunciantes
Quando periódicos (jornais e revistas) em formato  digital estão em jogo, editores devem exigir de seus anunciantes que tenham o  melhor material possível para, assim, conseguir a fidelidade de seus leitores.  Isso significa que os anunciantes devem fornecer conteúdo, não anúncios.  Anúncios são altamente ineficazes e bem irrelevantes. Anunciantes e editores  devem trabalhar juntos para oferecer um conteúdo de qualidade que transmita  valor sustentável ao leitor, e que não dê a impressão de uma marca efêmera. Por  exemplo, um fabricante de carro pode oferecer um aplicativo para gerenciar a  quilometragem ou o consumo de combustível como “conteúdo”, ao invés de outro  anúncio com uma foto do carro. Pense no valor residual da marca (lealdade, por  exemplo) que uma ação desse tipo pode criar. Isso é exponencialmente mais  valioso e mais social que qualquer outra alternativa atualmente oferecida.  
Editores não podem deixar os anunciantes simplesmente  re-apresentarem propostas ou tentativas meia-boca de criar experiências com  novas marcas. Isso aconteceu na Web e resultou em um rápido declínio de resposta  e efetividade. Anúncios devem significar conteúdo; conteúdo que agregue valor  sustentável para a marca, para o editor e para o leitor. Enquanto essa transição  acontece, o valor do anúncio aumenta, permitindo queda no preço de conteúdo e  aumento da lealdade à marca e da eficácia.
Fabricantes de  dispositivos
Os fabricantes de dispositivos devem produzir um  dispositivo “sempre conectado” que satisfaça as necessidades do leitor hoje e  amanhã. Eles devem fazer isso sem cobrança mensal de contratos de wireless ou  3G. Esse modelo foi testado, inúmeras vezes, e simplesmente não funciona. As  editoras devem suprir esses dispositivos com catálogos poderosos em conteúdo –  não importa se estão desenvolvendo um simples dispositivo otimizado para livros  ou um tablet multifuncional para conteúdos ricos e dinâmicos. Esses dispositivos  devem produzir menor desgaste, conectividade constante que permita que o leitor  encontre, compre e leia a qualquer hora e em qualquer lugar. Somente quando  todas essas peças se juntarem (conteúdo, comércio e conectividade) o dispositivo  entrega o valor esperado pelo leitor. O dispositivo deve estar “sempre  conectado”. E o leitor deve poder escolher entre várias opções de preço (e  capacidades) que atendam suas necessidades.
O ecossistema digital exige  colaboração
Então, já que os sinais sobre o que precisamos fazer são  claros, o que está nos atrapalhando na jornada do valor sustentável? A falta de  um ecossistema digital e editorial colaborativo. 
O maior obstáculo é que cada membro está trabalhando em  um ambiente “salve-se quem puder”. A impressão é a de que teremos um e-book, um  e-reader e uma plataforma para governar todos eles, mas isso não poderia estar  mais longe da verdade. O ecossistema digital é tal que exige – como todos os  outros – que todas as peças trabalhem juntas. 
Parte do problema é que tanto as editoras digitais  quanto os criadores de conteúdo, apesar de trabalharem com uma estratégia viável  de conteúdo digital há anos, ainda lidam com o desconhecido. Consequentemente  sentem que o modelo de negócios está ameaçado. “Porque é tão difícil virar  digital?” é a pergunta que me fazem com mais frequência que nunca. A resposta  mais simples é a que a economia e a tecnologia envolvidas estão profundamente  arraigadas e não podem ser replicadas imediatamente numa rápida transição para o  digital. A resposta completa também inclui o significante fato de que uma  estratégia de conteúdo digital de sucesso não é única. Uma estratégia de  conteúdo digital de sucesso é sustentada por um extremamente complexo  ecossistema que deve navegar da forma correta para que possa significar sucesso.  O sucesso é medido pela entrega de valores sustentáveis aos consumidores do  mercado de massa de leitura (ou simplesmente leitores) bem como a cada membro do  ecossistema. 
Se você é uma editora de livros, jornais ou revistas,  porém, a decisão de começar a mover seu conteúdo, e por extensão seu negócio, de  impresso para digital é bem simples. 
Pare e pense sobre isso por alguns segundos. Produtos e  serviços de organizações globais incluindo editoras, fabricantes de dispositivos  (esses que fabricam smartphones, tablets etc), companhias de gerenciamento de  conteúdo, agregador de conteúdo, provedor de metadados, operadoras de cartões,  vendedores, vendedores virtuais e operadores de rede wireless (só para citar  alguns dos profissionais envolvidos) devem estar em perfeita sincronia para  oferecer as mais completas e fortemente integradas soluções que os leitores  esperam (hoje) e vão em breve exigir (mais tarde, mas ainda hoje, ou no mais  tardar, amanhã).
Todos esses players devem ter participação ativa a fim  de proporcionar soluções para o mercado de massa de conteúdo digital de um modo  atraente. Quando vemos o que está realmente por trás da estratégia de conteúdo  digital, não é difícil ver que essa transição coloca em risco muito mais que os  US$ 130 bilhões gastos anualmente em livros, jornais e revistas.  
E agora você está se perguntando, como eu, como membro  desse ecossistema, posso fazer em trabalho digital? Essa resposta, felizmente, é  realmente bastante simples: Agregue valor sustentável.  
Por que valor  sustentável?
A cada mês dezenas ou centenas de milhares de leitores  entram na era digital. Eles compram mais e-readers e conteúdo digital  agressivamente todos os dias, o dia todo. Estão opinando, com suas carteiras e  idéias, que o digital é o presente e o futuro para eles. Mas se o leitor que  está entrando nesse mercado hoje para pra pensar, terá que perceber o mais  rápido possível um valor sustentável nos seus investimentos.  
Se tiverem uma experiência ruim (no conteúdo, com os  dispositivos ou com a conectividade) "já era”. E pode ser pior, eles  dificilmente voltarão a consumir conteúdo daquele fornecedor, usar aquele  provedor, ou mesmo o dispositivo de determinado fabricante. As necessidades e  expectativas dos leitores não podem ser atendidas e a oportunidade de mercado  não pode ser suprida sem colaboração. 
No entanto, apesar deste enorme crescimento, o setor de  conteúdo digital permanece largamente inexplorado. Por que isso? Novamente, a  resposta é simples. O leitor do mercado de massa (essa é uma distinção  importante, o leitor do mercado de massa, e não um entusiasta digital) ainda não  opinou. O preço para entrar no mercado é muito alto e o valor sustentável é  muito baixo, quando muito. 
Isso coloca a responsabilidade de transmitir um valor  sustentável em todo o ecossistema, a fim de expandir o mercado total  disponível. Na superfície isso parece um pouco socialista, mas não é o caso. Os  membros do ecossistema devem reconhecer que são, de fato, dependentes uns dos  outros para o sucesso global do mercado... Assim como televisão e radiodifusão  eram dependentes umas das outras para o sucesso de uma novíssima oferta de  mercado de massa. 
Ao trabalhar para os leitores ao invés de lutar entre  si, os membros do ecossistema de conteúdo digital podem proporcionar soluções  que são procuradas pelo mercado de massa e permitir que todos participem dessa  onda de crescimento rentável. 
Aumento do valor dos conteúdos digitais. Aumento da  receita de anúncios oferecendo forte lealdade á marca / eficácia. Dispositivos  facilmente disponíveis e acessíveis nos quais se consomem o novo  conteúdo.
 





 
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
  
 
 
 

0 comentários:
Postar um comentário